Durante toda minha vida, estive perto de jovens periféricos, com pouca ou nenhuma oportunidade para que pudessem se tornar pessoas bem sucedidas. E desde meu primeiro contato com o empreendedorismo, fiquei fascinada com o quanto ele era capaz de mudar vidas. Não depender da aprovação em um processo seletivo e ter a capacidade de se desenvolver em uma profissão: isso é mágico para quem vive na periferia e percebe que tem um dom, um talento ou uma habilidade que pode ser explorada de forma benéfica.
Quantos empreendedores você conhece?
Quando falamos de empreendedorismo, pensamos em pessoas ricas, donas de empresas grandes e que tiveram que investir muito dinheiro para dar certo. Mas, pessoalmente, eu conheço muitos empreendedores. Montadores de móveis, revendedoras de bijuterias, cabeleireiras incríveis, manicures, encanadores com muitos clientes e que sustentam a família… Enfim, muitas pessoas que vivem do empreendedorismo e nem sabem que suas profissões podiam ser formalizadas. Hoje temos o MEI, uma vitória para pequenos empreendedores, mas muitos ainda vivem na informalidade, sem direito à aposentadoria, auxílio por doença ou qualquer outra ajuda do governo. Vivem às margens e mal sabem como gerir seus negócios que, embora pequenos, mudam suas realidades.
Por que ensinar na escola?
E é por tudo que eu disse, que eu acredito que empreendedorismo deve ser matéria escolar. Saber se portar com um possível cliente, se vender, aprender a gerir suas contas, aprender a lidar com as burocracias, saber se formalizar. Tudo deve ser ensinado nas escolas para que possamos formar jovens que podem se virar bem e empreender! Eu acredito muito no poder do empreendedorismo, pois já fui uma pequena empreendedora na faculdade – vendia doces para pagar os estudos. E acredito que ensinar sobre empreendedorismo muda a realidade desses jovens da periferia.
